— A LEITURA QUE FAÇO DE MIM MESMA

capivara

Recuar. Não deixa de ser uma tática.

Neste tempo hostil, leio a mim mesma com alguma cautela. Há esta tristeza coletiva e a fúria cínica que dá a meu outubro um traço de melancolia.

Censura. Moral. O certo. O errado. As pessoas de bem… a vida que segue entrincheirada, enquanto nossos pés de barro derretem em botas de guerra – não nos incomoda nos outros questões mal resolvidas em nós mesmos?

Mergulhar para além do texto e deixar transbordar emoções. Transformar a arte em diálogo, romper a preguiça – nossa quarta parede. São planos.

Outubro é meu mês de recolhimento. É preciso tempo para gestar mudanças e silêncio para encontrar palavras que façam algum sentido. A partir delas, reconstruir meu mundo, criar personagens, dar a eles voz e possibilidades que se calam em minha garganta, porque ainda não chegou a hora.

9 comentários em “— A LEITURA QUE FAÇO DE MIM MESMA

  1. Nada sei eu de outubro, mas sei de cansaços e silêncios. Eu fecho a boca, respiro fundo e vou para o papel, que me recebe com sua calmaria de sempre. Desconto nele e volto leve para enfrentar essa realidade míope. Por sorte há pessoas que eu amo (vamos as entrelinhas) com quem posso dialogar sem ouvir dissabores. As pessoas estão tão pobres e pequenas. Maldito formigueiro. Quem foi que mexeu no olheiro. rs

    bacio

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      1. Bem, é o tempo que temos, mas não é uma novidade. A arte sempre foi vista pelos cantos. O artista marginalizado. A arte sequestrada por muitos (a igreja principalmente) . Mas cansa porque parece que a humanidade é um cão a correr atrás do próprio rabo. aff

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